terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Artes perfomáticas



O Projeto Balbucio atua na cidade de Fortaleza, desde o ano de 2003, vinculado à Universidade Federal do Ceará na condição de Projeto de Extensão, assim como ao Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte, da mesma instituição. O grupo já executou mais de 40 apresentações de performances e instalações em diversos eventos cearenses e promoveu dois seminários na temática da produção artística em seus diversos aspectos. O Balbucio agrega pesquisadores, técnicos, professores, alunos e profissionais da comunicação e da arte em torno da reflexão teórica e exercício prático. As ações cumprem dupla função: materializar a reflexão teórico-prática e gerar condições didáticas para a formação de repertório nas áreas consideradas.

 

 

Performance Glossolalic Machine #3 – Bureau



 

Performace Fiandeiras

Mais informações: Projeto Balbucio

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sim, nós temos cinema!

Um filme de Karin Aïnouz

A produção cinematográfica do Ceará, apesar de não ser tão pujante como a do suldeste brasileiro, se faz presente e forte por todo o século XX e ganha maior destaque, particurlamente a partir dos anos 90.

Cineastas como Rosemberg Cariry e Karin Aïnouz são, entre tantos outros, nomes conhecidos e consagrados nacionalmente e internacionalmente.

Além disso, o Estado conta ainda com um festival anual de cinema denominado Cine Ceará. Em 2011 o evento completa 21 anos de existência e sucesso. Período em que vem apresentanto longas e curtas de diversas partes de Brasil e do mundo.

Mais informações em:

Karin Aïnouz

Rosemberg Cariry

Cine Ceará

História do Cinema Cearense

Vila das Artes – Escola de Audiovisual

Conversando a gente se entende

Além do sotaque peculiar os cearenses utilizam algumas palavras e expressões próprias que podem confudir quem não é do Estado. Pensando nisso, há alguns anos surgiu o "Orélio Cearense". Uma sátira ao dicionário brasileiro mais

Além disso, propagam-se sites na web que também divulgam essa linguagem peculiar.

Dicionário Online do Cearensês

domingo, 2 de janeiro de 2011

Não apenas Forró


Engana-se quem pensa que o Ceará musicalmente resume-se ao forró. Apesar desse ritmo ser associado quase que imediatamente as terras alencarinas vale lembrar que a riqueza musical do Estado é enorme.
Multiplicam-se bandas que misturam o maracatu, o rock, o brega, o rock, o indie e tantos outros gêneros num verdadeiro caldeirão de sons e experimentações.

Cidadão Instigado

O Jardim das Horas

Água de Quartinha

Dona Zefinha

Breculê

Dr. Raiz

2fuzz


Fotografia: Dustan Gallas



Xilogravura sertaneja










A técnica surgiu na China há milênios, mas há exatos cem anos (1909-2009) chegou ao Nordeste brasileiro, onde ganhou espaço e personalidade própria unindo-se à literatura de cordel para retratar um campo em que a fotografia não podia penetrar: o imaginário sertanejo.

Xilogravura de João Pedro

Patativa do Assaré: uma voz do Nordeste



Poeta, cantô de rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.


Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisá
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.

Trecho do poema – Cante lá, que eu canto cá

Biografia de Patativa do Assaré e estudo de sua obra

Intelectual cearense fala sobre Patativa

Reisado seguindo a estrela

Reisados nas ruas de Fortaleza

Os grupos de reisados ajudam na preservação da tradição religiosa e cultural em vários bairros da Cidade

Tradições religiosa e cultural mantidas. Fortaleza já vive o clima da comemoração de Reis, um festejo deste período, quando alguns grupos encenam o nascimento de Jesus e a visita dos três reis magos. Os vários grupos de reisado realizam cortejo pelas ruas de bairros da Cidade.
O reisado é uma dança popular religiosa que festeja a véspera do Dia de Reis, comemorado em 6 de janeiro. Pode ser dançado em qualquer época do ano, mas a tradição é no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro.
Os grupos que fazem esse ritual costumam sair de porta em porta anunciando a chegada do Messias e cumprimentando os donos das casas por onde passam cantando músicas características.
Apresentação

Cores, ritmo e muita alegria é o que prometem os brincantes do Cordão do Caroá, projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC), que se apresentam dia 6 de janeiro, às 18 horas, nos jardins da reitoria, na tradicional Festa de Reis. Este ano, a festa contará com a participação do Reisado Sesc Nossa Senhora da Saúde, Boi Ceará (do Mestre Zé Pio), Brincantes do Mercado Velho, e de dois convidados de Juazeiro do Norte: Reisado São Miguel, do Mestre Valdir, e Reisado do Mestre Cicinho.
Decano

Com dez anos de atividades pautadas na preservação da cultura popular, o Cordão do Caroá tem em sua composição seis estudantes de graduação(Educação Musical, Pedagogia e Sociologia). Elementos da contemporaneidade vêm juntar-se às manifestações culturais, enriquecendo as apresentações.
Para o mestre dos brincantes do Cordão do Caroá, Paulo Henrique Leitão, o Reisado rememora a cearensidade, além de promover a socialização, resgatando a cultura popular.
"O Cordão ajudou a construir uma nova linguagem de difusão artística das culturas de tradição oral no Estado", disse Paulo Henrique Leitão. "Foi através da inserção do Cordão na cultura popular que resolvi aprofundar-me nos estudos do tema e escrever a minha dissertação de mestrado", concluiu. O Cordão do Caroá iniciou sua programação natalina no último dia 24, com um cortejo intitulado "O reisado seguindo a estrela". A concentração aconteceu ao lado da Reitoria da UFC. Depois, o grupo percorreu as principais ruas do Benfica. No dia 26 de dezembro, deu continuidade à programação com a atividade "O Reisado anuncia o nascimento do menino Deus". Neste dia 6, o grupo vai encerrar o ciclo de apresentações.

Texto: Jornal Diário do Nordeste 02/01/11

Tesouros vivos



A Secretaria da Cultura do Ceará define como “Tesouros Vivos da Cultura” as pessoas, grupos e comunidades que são, reconhecidamente, detentoras de conhecimentos da tradição popular do Estado. Através de edital público, a Secult identifica e recebe inscrições para o processo seletivo que confere o título e um auxílio financeiro temporário ou vitalício aos selecionados no valor de um salário mínimo. Este reconhecimento é o primeiro passo para que se consiga, futuramente, reivindicar o direito à proteção da propriedade intelectual dos artistas populares. O programa de reconhecimento e apoio aos artistas que tem suas artes ou ofícios ligados à cultura imaterial foi reconhecido no ano de 2007, pelo MInistério da Cultura, com o prêmio Culturas Populares.


Legislação - O Ceará deu um passo adiante de outros Estados brasileiros na preservação e proteção do seu patrimônio imaterial. Com a Lei nº 13.351 (27 de agosto de 2003), o Governo do Estado, através da Secretaria da Cultura (Secult), garantiu o registro dos Mestres da Cultura Tradicional Popular, apoiando e preservando a memória cultural do nosso povo, transmitindo às gerações futuras o saber e a arte sobre os quais construímos a nossa história. Em 2006, esta Lei foi revisada e ampliada, trazendo a manutenção dos grupos e coletividades. Publicada no Diário Oficial do Estado do Ceará, a Lei dos Tesouros Vivos da Cultura (Nº 13.842, de 27 de novembro de 2006) está disponível neste site no link Legislação.

Livro dos Mestres - Diplomado “Tesouro Vivo”, que é um reconhecimento simbólico de sua importância no contexto cultural do Estado, o artista tem seu nome inscrito no Registro dos Mestres da Cultura Tradicional Popular, livro próprio da Secretaria da Cultura, específico, sob a guarda da Coordenação de Patrimônio Histórico Cultural (COPAHC).

Tesouros Vivos 2004 Tesouros Vivos 2005 Tesouros Vivos 2006


Tesouros Vivos 2007 Tesouros Vivos 2008 Tesouros Vivos 2009


Texto e Imagem – Secretária da Cultura do Ceará

SECULT

A magia dos Aniceto

Irmãos Aniceto e Orquestra Eleazar de Carvalho

Irmãos Aniceto - Dança das Facas

Segundo Cacá Araújo, presidente da Fundação de Folclore Mestre Elói, a banda cabaçal é “um conjunto musical simples e rústico, constituído de instrumentos de sopro e percussão, que toca marchas, galopes, modinhas, rodas e valsas, também chamada ‘Banda de Couro’ ou ‘Terno de Zabumba’”. Formada por dois pifes (pífanos ou pífaros), um zabumba e uma “caixa”, as bandas cabaçais se espalham entre Pernambuco, Paraíba e Ceará, animando as festas religiosas e profanas dos sertões

"A denominação desse extraordinário conjunto musical, veículo de comunicação de massas e portador de legítima autenticidade folclórica, vem do fato de que, antigamente, os tambores (zabumbas e caixas ou taróis) eram confeccionados com peles de bode ou carneiro estiradas sobre enormes cascas de cabaças secas e cortadas”, explica Cacá.
A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto surgiu ainda no século XIX, tendo como fundador José Lourenço da Silva, o Aniceto. Desde então, vem sendo tocada por seus amigos, filhos e netos, todos agricultores de Crato. Depois de algumas mudanças em sua formação, a banda hoje é mantida por Antonio José Lourenço da Silva e Raimundo José da Silva (pifes), Adriano Pereira da Silva, filho de Antonio (zabumba), Cícero dos Santos Silva, (caixa), José Joval dos Santos Silva (pratos) e José Vicente da Silva, o “Azul” ou “Hugue”, que atua como uma espécie de coringa, ou substituto, no dizer do Mestre Raimundo, transitando por todos os instrumentos, no impedimento de algum dos titulares.
Outra “reserva” envolve os bisnetos do “Véi” Anicete, que vêm participando dos ensaios e algumas apresentações. Adriano Aniceto (neto do fundador) conta um pouco dessa saga: “Nossos filhos já são suficientes para montar mais de uma bandinha, estamos preparando eles”. A estréia da banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto Mirim aconteceu na Semana do Folclore de 2005, em Crato mesmo. A bandinha é formada Gutierrez, Hálisson, Ivanilson, João Victor, Marcos e Douglas, a maioria deles filhos do Adriano.
A família descende de índios Cariri. Segundo o jornalista Pablo Assumpção, em seu livro “Anicete - quando os índios dançam” a banda cabaçal reúne “atores que desempenham uma performance única e que mescla o passo matreiro e intuitivo de cada um com modos ancestrais de dançar e imitar animais, aprendidos com as gerações indígenas da família. É essa performance que evolui em danças e trejeitos bem particulares que os diferencia de qualquer outra banda. Uma espécie de ritual secular que apresenta a força das coisas inéditas”.
Originária dos terreiros, pés de serra e da periferia do Crato, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto já alcançou considerável projeção regional, nacional e européia, inclusive brilhando ao lado de Hermeto Pascoal e do Quinteto Violado. Em 1998, participou de uma temporada de um mês e quatro dias no espetáculo “Ciranda dos Homens, Carnaval dos Animais”, do coreógrafo Ivaldo Bertazzo, no Teatro do SESC Pompéia (SP).
A obra dos Irmãos Aniceto ganhou três registros fonográficos: um disco compacto pelo Ministério da Educação e Cultura (1978), um CD lançado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, através do Projeto Memória do Povo Cearense, produzido pela Equatorial Produções e Cariri Discos (1999) e “Forró no Cariri” (2004), novamente pela Equatorial Produções e Cariri Discos. A mais popular banda cabaçal cearense também participou de filmes e documentários para TV.
Desde 2004, o Mestre Raimundo Aniceto foi reconhecido pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará como Mestre da Cultura Tradicional Popular do Estado do Ceará, recebendo diploma concedido pelo Governador do Estado. Participaram das duas edições do Encontro dos Mestres do Mundo, promovidas pela Secult em Limoeiro do Norte e Russas, em junho de 2005 e 2006.

Texto: Jornal Diário do Nordeste 20/08/06

Da minha terra




"Te trago da minha terra

O que ela tem de melhor

Um doce de bacuri

Um curió cantador

Trago da minha cidade

Tudo que lá deixei

Dentro do bolso a saudade

E na mala o que sei"

Composição: Nilson Chaves e Jamil Damous
Fotografia: Alex Régis